segunda-feira, 28 de setembro de 2009

otooto



“Todos somos diferentes”, é uma frase à La Palice, mas a verdade é que dentro da diferença há aqueles que se destacam pela positiva e que merecem por isso o nosso respeito, amor e gratidão. A esses costumamos chamar de amigos ou mesmo de irmãos.

Tenho um “otooto” (um irmão mais novo), não é um irmão de sangue mas é como se fosse. No Japão não nos casamos apenas com a nossa mulher, casamos toda a família e assim duma assentada ficamos, com tudo o que isso traz de bom e de mau, a braços com mais um grupo de pessoas que não conhecemos mas que nos consideram como sendo “suas”.

Para nós ocidentais é ao mesmo tempo deliciosamente fascinante e aterrador, vermo-nos forçados a assimilar e a integrar uma cultura milenar e extremamente formal de um dia para o outro… bem mas isso são temas para outras “guerras”.

No meu caso não me posso queixar, herdei um “ser especial”, alguém que já me deu muito e pouco ou nada tem recebido em troca, alguém que só se envolve para ajudar e mesmo assim tenta manter a distância, alguém a quem devo muito mais do que poderei pagar.

E essa pessoa, o meu “irmão mais novo”, o meu “otooto” é para além do mais um artista…

Fotógrafo de profissão, auto intitula-se de “Tunnel Hunter”, tem corrido o Japão “à caça” de túneis para fotografar e expor.

Tive o privilégio de o ajudar na sua última exposição em Kanoya, mas agora vai expor novamente em Osaka.

Deixo-vos aqui o link para que se deliciem com a sua arte.

Ladies and Gentlemen a big applause to my brother Yoichi “Tunnel Hunter” Kirihara

1 comentário:

Sofia disse...

achei curiosa a foto que escolheste. é a única que não revela a abertura do túnel, sugere apenas que algo se passa no seu interior. faz-me lembrar um forno a arder.
Apesar da conotação sexual sugerida pelo teu otooto, os túneis lembram-me mais o sexo feminino. Agradam-me as fotos onde se vislumbra um rumor de veículo em movimento através do rasto luminoso que fica registado. Será que algum deles foi um comboio? Personagens estranhas aparecem aparentemente desenquadradas, cada uma, uma história...