Não é frequente, mas de vez em quando fico com o cérebro em branco… nestes períodos não tenho discurso, não tenho vontades e não sei do que falar.
Não há um padrão para o surgimento destes momentos, não há um “gatilho”, não há nenhum evento tipificado que provoque este estado de pura apatia, apenas se estende a partir de um determinado ponto como se dum “nevoeiro” se tratasse e aos poucos vai cobrindo tudo, transformando a paisagem num mar de sombras cinzentas vagamente familiares.
Normalmente durmo, o sono revigora-me e quando acordo… acordo quase sempre para a “normalidade”, mas há dias em que tal não é possível… ou porque trabalho, ou porque tenho coisas para fazer ou ainda porque, simplesmente não me apetece dormir.
Embora esteja a escrever este texto, a verdade é que estou assim… acordei com a sensação que o dia ia ser longo; sai de casa a pensar no que me teria esquecido; fui ao ginásio e executei o padrão diário de forma mecânica mas sem vigor… sentei-me no gabinete mas com o olhar na Avenida…
Foi depois do pequeno-almoço que comecei a sentir o estender do “manto branco”, reagi com um café, mas não é um sopro que pára as nuvens e cedo vi que iria perder a luta.
Sem vontade de ceder, forcei-me a trabalhos dobrados, assinaturas, verificações, validações e aprovações… bem, devo ter feito todas as tarefas chatas que normalmente guardo para o final do dia… há sempre esperança de surgir uma razão para as “empurrar com a barriga” para o dia seguinte…
Mas o dia estava mesmo destinado a ser longo e às 12:20 o telefone tocou…
… a mensagem era curta, o conteúdo denso… tão denso, que num minuto o meu mundo ficou cinzento e nem o almoço com o PC, para por a “escrita em dia”, conseguiu trazer de volta alguma da cor perdida.
São 15:03 e já se sente uma aragem a dissipar as nuvens, mas a paisagem ainda está branca, coberta com um manto de neve salpicado com tufos de cor apenas nos pontos onde as ideias são mais quentes… dormir não posso... bem, vou tomar mais um café…
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
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