Sou Alfacinha de gema e gosto de acreditar que conheço bem a minha cidade, mas a verdade é que tal como as pessoas que nunca chegamos a conhecer completamente, há sempre algo de novo por explorar, há sempre um cantinho desconhecido à espera de nós.
Fui ao jardim mais famoso da cidade, aquele que todos conhecem (ou pensam conhecer), aquele de que se fala na China, no Japão, no Perú, na América e no resto do mundo, aquele que é visitado por centenas de milhares de pessoas por ano e pelo qual eu já passei pelo menos 400 vezes, isso se contar uma média de 10 visitas por ano a partir do 6 anos de idade...
Como dizia fui ao jardim mais famoso da cidade e encontrei um cantinho desconhecido, um pedaço que não me lembro de ter visto nas outras 399 vezes que por lá passei, mas que está lá... recatado, escondido, dissimulado, dá impressão que o arquitecto o queria manter só para si, um recanto pessoal onde quase ninguém pára e por poucos reparado... assim é o Jardim das Rosas na Gulbenkian.
Rodeado por árvores e arbustos que o tornam literalmente invisível, aqui se encontram, dispersas por canteiros em função da cor, as únicas roseiras de toda a Gulbenkian, são plantas enormes, trepadeiras que se agarram aos ramos baixos e sobem árvores e arbustos, culminando em esplêndidas e incrivelmente grandes flores brancas e cor de rosa.
É o local ideal para ler um livro, descansar, fugir ao barulho da cidade, meditar, relaxar ou apenas estar sozinho.
Fui lá para praticar Tai Chi mas não sabendo onde ficava, telefonei para obter direcções de quem lá vai vezes sem conta...
“
- Está, bom dia... já aí estás?
- Bom dia, já cheguei à Gulbenkian mas não sei onde fica o Jardim das Rosas. Podes-me explicar?
- Bem... vamos ver... é difícil... sabes o edifico principal? É atrás.
- Atrás? Onde? Atrás é o anfiteatro...
- Pois, não é aí! É mais entre o anfiteatro e o edifício principal. Olha não sei explicar.
- Tudo bem, até já eu encontro.
“
Como já disse é um local quase secreto do qual, depois de lá ter estado, fiquei com a impressão que se encontra possuído de estranhas características... os que lá querem ir, fazem-no com dificuldade... os que lá estão, perdem a noção do tempo... os que lá sabem ir, não sabem dizer como se lá chega... os que de lá saem, são seguidos por uma música intrigante...
Passem também por lá, vão ver que vale a pena!
domingo, 27 de setembro de 2009
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