sexta-feira, 18 de setembro de 2009

chuva!


Desce a temperatura

Escurece o céu

Bate contra a vidraça

Refracta a paisagem num rasto de gotas

Anuncia morna o final do Verão

Uma pitada de chuva

Intensifica o cheiro da terra

Como sal na comida

Escuto-a no calor da cama

Aconchegada, embalada

Pela música da chuva

Enquanto não tenho de enfrentar o inverno.

Começo a sabê-la de cor

Sinto-a

nas pálpebras,

nos lábios,

na ponta da língua!

Vem,

Vem hidratar a terra

Vem regar-me a mente

Vem dizer-me que é tempo de recolher.

A chuva pede-me para chover

E eu escorro com ela

Na dança molhada.


E a ti,

Que te diz a chuva?

3 comentários:

PaRoSan disse...

Memórias de sótãos e mansardas,
Silêncio por sons abafados feito,
Vidros e espelhos embaciados,
Auto-estradas em Novembro,
Cheiro a folhas e terra limpa,
Roupa húmida por enxugar,
Sons de telhas e goteiras,
Sabores de quase nada,
Sensações molhadas,
Músicas de embalar,
Abrigos em beirais,
Praias desertas,
Pingos gordos,
Molha tolos,
Preguiça,
Água,
Eu...

...e agora, Tu!

Sofia disse...

ah, uma cortina a pingar,,,
com a janela aberta, molhou-se...

pingos suspensos em teias e o mundo condensado lá dentro...

não devias ter comentado, devias ter postado!

PaRoSan disse...

Lá por causa disso fica a dobrar.