Desce a temperatura
Escurece o céu
Bate contra a vidraça
Refracta a paisagem num rasto de gotas
Anuncia morna o final do Verão
Uma pitada de chuva
Intensifica o cheiro da terra
Como sal na comida
Escuto-a no calor da cama
Aconchegada, embalada
Pela música da chuva
Enquanto não tenho de enfrentar o inverno.
Começo a sabê-la de cor
Sinto-a
nas pálpebras,
nos lábios,
na ponta da língua!
Vem,
Vem hidratar a terra
Vem regar-me a mente
Vem dizer-me que é tempo de recolher.
A chuva pede-me para chover
E eu escorro com ela
Na dança molhada.
E a ti,
Que te diz a chuva?
3 comentários:
Memórias de sótãos e mansardas,
Silêncio por sons abafados feito,
Vidros e espelhos embaciados,
Auto-estradas em Novembro,
Cheiro a folhas e terra limpa,
Roupa húmida por enxugar,
Sons de telhas e goteiras,
Sabores de quase nada,
Sensações molhadas,
Músicas de embalar,
Abrigos em beirais,
Praias desertas,
Pingos gordos,
Molha tolos,
Preguiça,
Água,
Eu...
...e agora, Tu!
ah, uma cortina a pingar,,,
com a janela aberta, molhou-se...
pingos suspensos em teias e o mundo condensado lá dentro...
não devias ter comentado, devias ter postado!
Lá por causa disso fica a dobrar.
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