quinta-feira, 22 de outubro de 2009

the fun theory

Como criar interesse para a execução de actividades rotineiras?

É uma pergunta que já me fiz mais de uma vez mas que, ou por falta de imaginação, ou por falta de paciência, ou pura e simplesmente porque entretanto comecei a pensar noutra coisa diferente, poucas vezes me levou a alterar alguma coisa no meu comportamento.

Felizmente nem todos são como eu!...

Um grupo de Suécos, patrocinado pela Volkswagen, lançou uma iniciativa que abrangendo a minha pergunta inicial a ultrapassa largamente – The Fun Theory Award.

A nova pergunta é:

Será que conseguimos mudar o comportamento humano apenas por tornar as actividades mais engraçadas?

É um concurso aberto a todos os participantes, com um prémio de €2500 para o 1º classificado com o seguinte tema:

- Apresentar uma evidência/ideia devidamente documentada por escrito e num suporte visual (desenho, fotografia, vídeo ou outro) que confirme a teoria de que “brincar” é o melhor método para mudar o comportamento humano para melhor.

Eu como sou parco em imaginação, preguiçoso e pouco focado… penso que não irei participar mas para todos os que forem diferentes de mim, “think out of the box” e tentem fazer a diferença.

Em baixo fica um exemplo do que até agora já foi feito no âmbito desta iniciativa, não deixem no entanto de dar uma passagem por www.thefuntheory.com pois há lá mais...



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

de castigo!...

Parti o metacarpo do dedo mínimo da mão esquerda e estou de castigo!...

Pois é, tantas vezes se vai à fonte que às tantas lá partimos a bilha... passei uma semana e meia de prazer, ele era BTT de manhã, almoço repimpado numa esplanada e leitura na praia até ao fim da tarde.

Mas hoje as coisas mudaram... CAI!

Pois é, cai outra vez e desta acabei por “aterrar” com a mão em cima de uma pedra que já estava para ali enterrada há pelo menos vários meses... o resultado está ao lado, uma mão entrapada e TRÊS lonngasss semanas sem BIKE.

Estou, como devem calcular, “furibundo”.
Furioso comigo próprio não só por estar literalmente de castigo sem poder andar de BIKE, mas especialmente por ter caído quase parado por causa de estar a olhar para as ondas (que na verdade estavam perfeitas) e esquecendo que o terreno tem buracos e “calhaus”... mas que grande parvalhão!

Já me estou a ver, nas próximas três semanas, cheio de problemas para tomar banho, vestir-me, abrir garrafas, comer, enfim... com dificuldades para executar todas as coisas que fazemos normalmente e às quais não damos qualquer importância a não ser nestas ocasiões.

Espero que me tenha servido de emenda e que para a próxima... pare, desmonte e só depois olhe para outro lado que não a estrada à minha frente.

Por agora vou ter de me contentar apenas “com a esplanada e a praia” e vamos ver como as coisas se desenvolvem, porque para a semana começo a trabalhar e consequentemente regresso à minha rotina diária do ginásio matinal.

Haverá alguma coisa mais chata que ir ao ginásio com a mão à banda?...

sábado, 10 de outubro de 2009

roncos


É normal encontrarmos por toda a Península Ibérica localidades com nomes emparelhados do tipo:

• "Lapas de Cima" e "Lapas de Baixo" em Portugal;
• "Postijo d’Arriba" e "Postijo de Abajo" em Espanha;
• Ou ainda situações mistas como “Rihonor d’Arriba” em Espanha com “Rio de Onor de Baixo” em Portugal.

Menos comum é encontrarmos localidades com nomes aos trios, pois se aos pares já denota falta de imaginação, aos trios denota falta de imaginação e falta de vontade para pensar um pouco.

Pois eis que encontrei um caso não com duas, não com três, mas com QUATRO localidades cujos nomes são todos parentes...

O mais incrível é que para o quarto nome, finalmente devem ter encontrado "uma cabeça pensadora" donde saiu uma solução que é pelo menos engraçada.

vitórias...

Se eu fosse uma pessoa sensata, não teria participado na prova. Ou melhor, teria ido, mas nunca embarcaria no disparate de fazê-la até ao fim, só naquela de provar que sou capaz. Ainda para mais sozinha. Tola. Teria ido ver o percurso sim, e aproveitado para tirar muitas fotografias à belíssima paisagem (viste os póneis? adorei aquela quinta!) e chegado a horas para o almoço e assim ter oportunidade de estar mais um pouco contigo e não ter apenas à disposição restos de asas e cus de frango. E sobretudo não ter de fazer uma série de gente esperar por um capricho meu. Se eu fosse uma pessoa com o mínimo de juízo, deveria saber que constipação + noite não dormida + 35 km de BTT são uma operação fácil de resolver = dores de garganta ao cubo e descanso forçado. Só há uma coisa boa que equilibra a equação: os mimos redobrados do namorado! ah, quase que vale a pena estar doente só pra isso!
Foi giro, claro que foi giro, aquelas foram sem dúvida as amoras mais saborosas que eu alguma vez provei na vida. Teria valido a pena só por isso? Nop.
Mas está visto que eu não sou uma pessoa sensata nem com muito juízo, por isso respirei o pó todinho do caminho e passei uma noite no hospital à conta disso. O Variações é que a sabia toda...
Mas há que saber arcar com as consequências das nossas escolhas e disso eu não me esquivo. E depois, vaso ruim não quebra assim tão facilmente e só vim aqui dizer que a florzinha de estufa está pronta para outra! Mas deixa-me pelo menos tentar ser um bocadinho sensata, digam o que disserem, uma maratona a sério tem 42 km, e para mim, meia-maratona é mais que suficiente. Pelo menos para começar...





quarta-feira, 7 de outubro de 2009

all by myself

1975, Eric Carmen iniciava uma carreira a solo depois de 5/6 anos como vocalista dos Raspberries e cantava...

All by myself
Don’t wanna be
All by myself anymore...

A solidão, o medo de estar/ficar sozinho, a incapacidade de viver consigo mesmo, a fobia de não estar com alguém, são problemas que afectam milhões de pessoas em todo o mundo e que nos seus casos mais extremos dão origem a inúmeras doenças do foro psicológico.

Atrevo-me mesmo a afirmar que em algum momento todos nós já nos sentimos sós...

• em miúdos, porque não tínhamos ninguém para brincar ou estávamos fechados em casa sózinhos...
• na adolescência, porque perdemos o(a) namorado(a) ou porque fomos deixados de fora de um determinado grupo/festa...
• em adultos, porque andamos tão atarefados com o dia-a-dia que nem nos apercebemos o quanto descoramos os nossos relacionamentos pessoais até ser tarde de mais ou pura e simplesmente porque não somos capazes de nos relacionar com outras pessoas...

Existe aqui um padrão, a procura/falta de um complemento externo à nossa personalidade... o conceito de solidão está para a maioria das pessoas directamente relacionado com a falta de alguém que esteja connosco, que nos oiça, que nos “ature”, que nos dê “mimo”, que nos chame à atenção ou que simplesmente esteja lá.

Reconheço que faz falta ter alguém com quem se possam partilhar momentos, discutir ideias, brincar, trocar confidências, crias laços de cumplicidade, alguém a quem possamos telefonar quando estamos “blue” e que nos telefone quando está “down”, alguém em quem possamos confiar e que confie em nós...

No entanto!... !... !...

No entanto, não é a falta de alguém assim que me causa solidão, a falta de alguém assim origina que eu esteja só, ficar só ou sozinho não é nem pode de ser sinónimo de solidão.

Encontro mais solidão numa multidão barulhenta de “actores sociais” – pessoas que vivem para fazer publicidade à Pepsodent e que apenas se preocupam com o ver e ser visto – ou num grupo de “colegas” da mesma empresa que ambicionam o lugar do chefe...

Encontro, definitivamente muito mais solidão num relacionamento em que os pares deixaram de interagir e que apenas se mantêm juntos para não estarem sós...

Vim de férias “all by myself”... para estar sozinho e comigo mesmo, para desfrutar da minha pessoa e do puro prazer de estar SÓ e fazer o que me dá na gana!

Serei egoista? Acho que não... são só 6 dias em 365 e fazem-me muito bem!

Como canta uma das minhas “trovadoras” preferidas...

One is the loneliest number
That you'll ever do
Two can be as bad as one
It's the loneliest number since the number one

No is the saddest experience
You'll ever know
Yes, it's the saddest experience
You'll ever know
Because one is the loneliest number
That'll you'll ever do
One is the loneliest number
That you'll ever know

It's just no good anymore
Since you went away
Now I spend my time
Just making rhymes
Of Yesterday

Because one is the loneliest number
That you'll ever do
One is the loneliest number
That you'll ever know

One is the loneliest number
One is the loneliest number
One is the loneliest number
That you'll ever do
One is the loneliest number
Much much worse than two
One is a number divided by two



Para quem me conhece ou pensa conhecer deixo aqui uma pequena adivinha...

Se o “UM” não me causa problema ... que se passará com o “DOIS”?
Se o “NÃO” não me assusta... que se passará com o “SIM”?

Deixo UM abraço solidário e DOIS beijos repenicados... para quem precisar deles

domingo, 4 de outubro de 2009

paparoca

pois é, desta vez pregaste-me a partida e avançaste com um tema de grande responsabilidade... o prazer da “paparoca”.

a “paparoca” está para a vida, como o sexo está para o amor e não é por acaso que dos 7 pecados mortais – gula, luxúria, ganância, preguiça, vaidade, inveja e ira – os dois primeiros são o da “paparoca” e do sexo.

necessitamos de comer para viver mas a verdade é que na maioria das vezes vivemos para comer... e sabe tãoooo bem...

abriste-me o apetite com o teu cramble de maçã que quase consegui saborear, imaginando-o quente e acompanhado de uma bola de gelado de nata, ambos bem cobertos com canela em pó... humm... uma delícia.

adoro comer, não muito, mas bem!... adoro a experiência de novos sabores e paladares, o contraste de quentes e frios, as sensações de doces e picantes, as texturas, as cores e antes de tudo os cheiros e a apresentação.

na verdade comemos com o nariz e com os olhos antes mesmo de provarmos seja o que for. No que toca à comida e se excluirmos os momentos em que comemos pelo simples facto de termos fome (também acontece), o apetite é controlado a um nível mais básico pelos odores e a um nível mais consciente pelo aspecto da comida, em ambos os casos há refeições que pelo seu cheiro e/ou aparência fazem-nos literalmente “crescer água na boca”.

bem e chega de verve, perguntaste quais os meus gostos... em termos de tipos de comida sem dúvida que as minhas preferências vão para a Japonesa, com as suas composições e apresentação elaboradas e os sempre grandes contrastes de sabores, no entanto gosto de quase tudo.

cozinho algumas coisas, das quais penso poder destacar um óptimo magret de pato assado no forno e os “arrozes” de peixe e/ou marisco.

deixo-te aqui duas sugestões de doces muito simples de elaborar, mas de grande aceitação por quase todos os meus amigos que já os provaram... laranjas com mel e canela e uvas com açúcar cristalizado...

laranjas com mel e canela...
cortar várias laranjas grandes e sumarentas (1,5 por pessoa) em rodelas de não mais de 0,5cm de espessura;
dividi-las por pratos individuais e “regá-las” com mel de rosmaninho ou mel de flor de laranjeira, por forma conseguir a apresentação desejada;
cobrir com canela a gosto...

uvas com açúcar cristalizado...
seleccionar uvas grandes e carnudas;
lavá-las bem com água corrente;
colocar açúcar branco grosso num prato;
rolar as uvas no açúcar até ficarem recobertas;
colocá-las numa taça para apresentação.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

culinária

Para além de ser uma arte, é uma espécie de terapia para mim. Não que tenha algum talento especial para a cozinha, mas enquanto apuro sabores e me delicio com cheiros e texturas ou choro com a cebola, espanto os meus males e alimento o corpo e a alma.
Gosto de inventar, raramente consigo seguir uma receita certinha, ou porque não tenho ingredientes ou porque me apetece experimentar alguma coisa diferente. Nem sempre corre bem, uma vez queria fazer uma sopa de cerejas mas já não havia cerejas, então lembrei-me das amoras. Andei uma hora a apanhá-las (apanhando e comendo demora mais tempo) e esmerei-me na preparação. O prato ficou tão apelativo que não resisti a fotografá-lo.
Depois quando finalmente chegou a parte da degustação, um esgar de desagrado meteu-me a língua para fora – estava intragável!

Um dia destes um amigo enviou-me umas fotos de um doce de maçã que ele fez. Sem dúvida que a vista desempenha um papel importantíssimo no mundo dos sabores. Não se come apenas com a boca, come-se com os olhos, com o nariz, com os ouvidos e com as mãos. Come-se com todos os sentidos. As imagens apelaram bastante para o meu paladar e comecei a salivar – tinha de provar!
Então num dia de neura com algum tempo nas mãos, decidi pôr mãos à obra e reunir ingredientes.
Necessitava de maçãs, uma meia dúzia. Como ainda não é tempo de reinetas, seleccionei apenas uma, ainda bastante rija e verde (gosto de roê-las assim, ácidas, bem rijas) e uma ou duas vermelhas, o resto era daquelas amarelas docinhas, de polpa muito branquinha, bravo esmolfe. A receita falava em 150g farinha e eu pensei que era capaz de ficar bom Maizena mas como só tinha um pouco, o resto foi farinha de trigo. Falava também em 200 g de açúcar, eu coloquei um pouco menos porque decidi fazer metade com açúcar normal e outra metade com açúcar louro.
Cortei as maçãs em cubinhos e reguei-as com sumo de dois limões (na receita dizia meio limão, mas eles eram muito pequeninos e pouco sumarentos). Levei-as ao lume com um pau de canela e metade do açúcar, até cozerem um pouco formando uma papa, mas não completamente desfeitas, para se sentir ainda os cubinhos.
Depois misturei a farinha com o resto do açúcar e cortei 125g de margarina (mais coisa, menos coisa) em cubos pequeninos e envolvi tudo.
Besuntei um recipiente de vidro com margarina e coloquei a mistela das maçãs lá para dentro. Depois polvilhei com a outra mistela da farinha e açúcar e margarina.

Levei ao forno ¼ de hora, até a parte de cima ficar ensopada e douradinha e provei assim mesmo, quentinha. Suspeito que quando a minha avó dizia que fazia dor de barriga comer bolos quentes era apenas com o intuito de eles durarem até estarem frios… a mim não me fez mal nenhum, pelo contrário, soube mesmo bem trincar aquela parte estaladiça em cima e depois a parte gelatinosa da maçã por baixo. Este doce é uma espécie de tarte invertida, adorei e decidi tirar umas fotos, que ao contrário da primeira, não faz justiça ao bem que me soube:
Enquanto comentava com o meu amigo que aquilo era capaz de ficar bom com canela polvilhada, ele admitiu que se tinha esquecido de mencionar esse (pequeno) detalhe. Inclusivamente, pode-se polvilhar com canela a mistela de maçã antes de levar com a mistela de farinha antes de ir ao forno.

Mham, mham, ainda sobrou alguma coisa depois de arrefecido, foi para o frigorífico e também é bem bom frio! E quem comeu, não se queixou… ao contrário de algumas experiências que às vezes faço e que sou a única pessoa que gosta…

Mas o gosto educa-se, e embora não seja gourmet, aprendi a gostar de pimentos e de azeitonas. Framboesa e feijão verde é que ainda não (a não ser se forem peixinhos da horta). Por vezes são as combinações que se fazem que eu não gosto (arroz de tomate com pimento, sopa de feijão verde com cenoura, blherrrrg) de resto, estou sempre pronta a reavaliar os meus gostos e a descobrir novos sabores.

Bem, isto está a deixar-me com fome…
Mas e tu, queres falar dos teus gostos culinários?