quarta-feira, 7 de outubro de 2009

all by myself

1975, Eric Carmen iniciava uma carreira a solo depois de 5/6 anos como vocalista dos Raspberries e cantava...

All by myself
Don’t wanna be
All by myself anymore...

A solidão, o medo de estar/ficar sozinho, a incapacidade de viver consigo mesmo, a fobia de não estar com alguém, são problemas que afectam milhões de pessoas em todo o mundo e que nos seus casos mais extremos dão origem a inúmeras doenças do foro psicológico.

Atrevo-me mesmo a afirmar que em algum momento todos nós já nos sentimos sós...

• em miúdos, porque não tínhamos ninguém para brincar ou estávamos fechados em casa sózinhos...
• na adolescência, porque perdemos o(a) namorado(a) ou porque fomos deixados de fora de um determinado grupo/festa...
• em adultos, porque andamos tão atarefados com o dia-a-dia que nem nos apercebemos o quanto descoramos os nossos relacionamentos pessoais até ser tarde de mais ou pura e simplesmente porque não somos capazes de nos relacionar com outras pessoas...

Existe aqui um padrão, a procura/falta de um complemento externo à nossa personalidade... o conceito de solidão está para a maioria das pessoas directamente relacionado com a falta de alguém que esteja connosco, que nos oiça, que nos “ature”, que nos dê “mimo”, que nos chame à atenção ou que simplesmente esteja lá.

Reconheço que faz falta ter alguém com quem se possam partilhar momentos, discutir ideias, brincar, trocar confidências, crias laços de cumplicidade, alguém a quem possamos telefonar quando estamos “blue” e que nos telefone quando está “down”, alguém em quem possamos confiar e que confie em nós...

No entanto!... !... !...

No entanto, não é a falta de alguém assim que me causa solidão, a falta de alguém assim origina que eu esteja só, ficar só ou sozinho não é nem pode de ser sinónimo de solidão.

Encontro mais solidão numa multidão barulhenta de “actores sociais” – pessoas que vivem para fazer publicidade à Pepsodent e que apenas se preocupam com o ver e ser visto – ou num grupo de “colegas” da mesma empresa que ambicionam o lugar do chefe...

Encontro, definitivamente muito mais solidão num relacionamento em que os pares deixaram de interagir e que apenas se mantêm juntos para não estarem sós...

Vim de férias “all by myself”... para estar sozinho e comigo mesmo, para desfrutar da minha pessoa e do puro prazer de estar SÓ e fazer o que me dá na gana!

Serei egoista? Acho que não... são só 6 dias em 365 e fazem-me muito bem!

Como canta uma das minhas “trovadoras” preferidas...

One is the loneliest number
That you'll ever do
Two can be as bad as one
It's the loneliest number since the number one

No is the saddest experience
You'll ever know
Yes, it's the saddest experience
You'll ever know
Because one is the loneliest number
That'll you'll ever do
One is the loneliest number
That you'll ever know

It's just no good anymore
Since you went away
Now I spend my time
Just making rhymes
Of Yesterday

Because one is the loneliest number
That you'll ever do
One is the loneliest number
That you'll ever know

One is the loneliest number
One is the loneliest number
One is the loneliest number
That you'll ever do
One is the loneliest number
Much much worse than two
One is a number divided by two



Para quem me conhece ou pensa conhecer deixo aqui uma pequena adivinha...

Se o “UM” não me causa problema ... que se passará com o “DOIS”?
Se o “NÃO” não me assusta... que se passará com o “SIM”?

Deixo UM abraço solidário e DOIS beijos repenicados... para quem precisar deles

1 comentário:

Sofia disse...

creio que é vital estar-se só de vez em quando, por mais que não seja para decidir que se está melhor sem companhia ou reafirmar a vontade de se querer estar com ela...