sábado, 22 de agosto de 2009

ler, pés e net

Não é polémica nenhuma, perguntei ao google e ele respondeu-me:

estória | s. f.

estória
(inglês
story)

s. f.

1. Narrativa de ficção. =história

2. Conto, novela, fábula.

3. Exposição romanceada de factos e episódios, distinta da história, baseada em documentos.

história | s. f. | s. f. pl.

história
(grego
historía, -as, exame, informação, pesquisa, estudo, ciência)

s. f.

1. Narração escrita dos factos notáveis ocorridos numa sociedade em particular ou em várias.

2. Ciência que estuda factos passados.

3. Sequência de factos ouacções!.

4. Relato desses acontecimentos. =estória, narração, narrativa

5. Descrição dos seres da Natureza.

6. Estudo das origens e progressos de uma arte ou ciência.

7. Biografia de uma personagem célebre.

8. Livro de história.

9. Infrm. Relato destinado a enganar. =conto, mentira, peta

in http://www.priberam.pt

No dicionário de papel não encontrei no entanto estória alguma...

Coitado do Branquinho... sempre podemos chamar-lhe conto e pronto, problema resolvido.

Aprendi a ler como quase toda a gente que conheço, quando tinha 6 anos... lembro-me precisamente de quais foram as primeiras palavras que li sozinha, era uma ficha de leitura que os meus pais compraram antes de eu ir para a escola e tinha um desenho uma senhora de saia justa e mala ao ombro. Depois de a ter pintado a lápis de cor, por baixo dpo desenho eu Li "A tia". Foi qualquer coisa de espantoso que iria mudar a minha vida para sempre, embora eu não tivesse essa noção quando li aquelas simples letrinhas.
Nas primeiras férias grandes, tinha montes de coisas para ler, lembro-me as pilhas de livros da Anita emprestados e das revistas de BD Mundo de Aventuras. Acontece que eu tive um problema nos olhos e por isso tive de levar umas gotas que me faziam dilatar a pupila e ver tudo desfocado e nublado durante algumas horas. Imagina o sofrimento de alguém que quer devorar todas as letras que encontra pela frente e só consegue ler as manchetes dos jornais com muita dificuldade... ficava sempre ansiosa que o efeito daquilo passasse!
Gostava de ficar a ler na cama à espera que o sono chegasse. A minha mãe gritava sempre montes de vezes "apaga a luz!" Então uma vez decidi pôr uma fronha de almofada a fazer de abat jour e ia pegando fogo àquilo tudo... depois arranjei daquelas lanterninhas pequenas para ler debaixo dos lençóis.
E durante anos fui devorando tudo o que encontrei pela frente, nunca deixando nenhum livro a meio, por mais chato que fosse. Depois como tempo fui ficando mais selectiva.

Ninguém parece dar muita importância ao facto de saber ler, é um dado adquirido desde tenra idade. Eu comecei a aperceber-me que a realidade é um pouco diferente, e num trabalho que fiz, verifiquei que ainda existe muita gente analfabeta, encontrei não muito longe da cidade, pessoas pouco mais velhas que eu (especialemnte mulheres) que não sabiam ler. Isto já para não falar da iliteracia, porque juntar umas letrinhas não significa propriamente que se consiga entender o que querem dizer.

Isto tudo para dizer que aprender a ler foi das melhores coisas que me aconteceram na vida, foi ganhar asas e voar, entrar em mundos paralelos numa espécie de transe profundo.

Vejo muita ficção científica e mundos de fantasia nas tuas leituras preferidas. Li o primeiro Harry Potter mas não achei grande piada, aquilo está muito mastigadinho para o meu gosto, prefiro ter espaço para imaginar as coisas, para isso prefiro ver os filmes. Eu comecei com o Lewis Carroll e a sua Alice, e o Principezinho do Exupery. São livros que estão sempre à mão, já perdi a conta às vezes que os li. Não tenho propriamente autores preferidos, mais obras, mas gosto muito do Richard Bach e do seu Fernão Capelo Gaivota, da Laura Esquível e a sua escrita culinária, do Neruda, do Garcia Marquez, do Saramago (adorei o Memorial do Convento), do Pessoa, da Espanca, do Mia Couto, do Lobo Antunes... difícil lembrar-me agora de todos, prefiro ir falando da minha relação com eles quando me parecer apropriado.

Sobre a química, entendo o teu ponto de vista perfeitamente. Mas deixa-me só dizer que apesar de eu me lamentar muito por não perceber como as coisas funcionam, não significa que não funcionem. Eu lá me vou safando, e já encontrei o meu jackpot, o tudo em um. Acontece que isso não me impede de procurar conhecer outras pessoas. Uma coisa curiosa que reparei é que não basta uma pessoa ser super interessante fisica e mentalmente para me apaixonar. Já encontrei muitas pessoas interessantíssimas, entusiasmentes, perfeitas e não me apaixonei por elas. Por vezes, nem precisam de ter grandes atributos. E eu não sei explicar isto, sei simplesmente que acontece. Vá-se lá perceber porquê... E pensava que precisava de estar apaixonada para o sexo fazer sentido, mas isso é uma grandecíssima treta. Haja tesão correspondência de critérios e tudo corre de feição. Mesmo assim, acho fantástico o facto de duas (ou mais) pessoas se entusiasmarem simultaneamente, conseguirem encontrar concensos e vontades comuns. É uma espécie de magia.

Tenho de fazer aqui um parágrafo sobre os pés. Ai, os pés! Desde bebé que tenho um estranho fascínio por sapatos. A minha mãe contou-me que na praia as pessoas tinham de pôr os sapatos no píncaro dos chapéus porque mal os apanhava distraídos, açambarcava tudo oque desse para enfiar nos pés. Não me lembro nada disso, mas lembro-me de fazer sapatarias, expôr tudo quanto era sapatos lá em casa, colocar preços, andar com os sapatos de salto alto da minha mãe com ela a gritar "descalça-te que ainda me partes as almas!". Adoro pés, observá-los, brincar com eles, cuidar deles, desenhá-los, fotografá-los, gosto de andar descalça no cimento quente, de massagens aos pés, recebê-las e fazê-las, pressionar os polegares contra os pontos sensíveis da planta do pé e os nós dos dedos, fazer rodar uma bola macia, comprimir os calcanhares, contornar os tornozelos...

Ainda sobre a exposição, nunca me trouxe problemas nenhuns a forma como o faço. Ainda ontem tive uma conversa sobre isso, com uma pessoa que se expõe muito mais do que eu, muito mais a alma que o corpo e afirma que isso nunca lhe trouxe mal nenhum e é um desafio. Já te tinha falado dele, gosto muito da sua atitude na net, para além de ser uma referência de escrita para mim. Iniciou há pouco este novo projecto que tenho estado a seguir com bastante curiosidade.
Podia não me expor tanto, claro que podia, mas não quero. É que ainda por cima é Verão e está imenso calooooooooor...

Agora vou aproveitar o sol e as altas temperaturas e ficar algum tempo sem aparecer por aqui. A Net é sem dúvida outro dos marcos na minha busca do conhecimento, revolucionou completamente a forma de pesquisar, de me relacionar com as outras pessoas. É viciante, e por isso mesmo vai fazer-me bem uma pausa. Vou levar comigo umas leituras e as sugestões musicais que me deste, quem sabe se não encontro por lá a tua música?

até mais,
sofia



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